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Aqui iremos mostrar um pouco dessa cultura maravilhosa que encheu os olhos do resto do mundo com sua beleza , arte e sabedoria.

Viva Vida Oriental!

quinta-feira, 7 de junho de 2012

A lenda do Tsuru




 


Tsuru no Japão, é uma Cegonha ou Grou de origami (dobradura).
Ela tem um significado muito especial, quem a recebe de presente, recebe junto com ela um desejo profundo de "mil felicidades, vida longa e gratidão".

Certo dia, num tempo muito antigo, um pescador andando pela floresta, encontrou uma cegonha agonizando, a beira da morte.
Ele recolheu-a, tratou dela e salvou-lhe a vida.
Em seguida soltou-a de novo para que fosse livre e seguisse seu caminho.

Depois de um tempo, apareceu uma linda moça para falar com o pescador e ofereceu-lhe um presente muito belo: um tecido feito com pena de cegonha, tecido muito puro e raro.
A própria moça disse tê-lo feito, fio a fio, para entregar ao pescador. Mas, assim que entregou-lhe o presente, a moça disse:
Não poderei dar-lhe outro igual (e não explicou o porquê).

O pescador ganancioso, vendeu esse tecido por um preço bem alto, e de novo pediu à moça que fizesse outro tecido para ele.
Ela, meio assustada e preocupada, não recusou-se, mas voltou a dizer-lhe amavelmente:
Esse é o último, realmente não poderei fazer-lhe outro tecido.

O pescador recebeu o segundo tecido e notou que a moça estava muito abatida, mas procedeu da mesma forma: o vendeu e pediu mais outro à moça, que resignadamente, atendeu-o, já bem abatida, enfatizando que não mais poderia fazer o tecido.
O pescador ficou desconfiado daquela moça, seu semblante cansado, seu trabalho era feito a noite...então resolveu segui-la.
Espiou pela fresta da janela, e viu uma cegonha tirando suas últimas penas para tecer o tecido.
Era a cegonha que ele havia salvo a vida um dia, e estava morrendo novamente.
Quando o pescador aproximou-se a cegonha virou rapidamente a moça, mas já sem forças ela não conseguiu permanecer na forma humana, olhou docemente e cheia de gratidão para o pescador e caiu no chão, uma cegonha totalmente sem penas, ofertando o tecido feito de seu próprio corpo.
Ela oferecera sua vida para agradecer aquele que um dia a salvara.

Certo de que esse verdadeiro espírito de gratidão nunca poderia morrer, e também como forma de ser perdoado, o pescador passou a fazer a cegonha (tsuru) em origami e ofertar em todo Japão, desejando que as pessoas compreendessem e praticassem essa gratidão em suas vidas e, assim, tivessem vida longa e mil felicidades.

É assim, com esse espírito, que esse TSURU chega às suas mãos.
Guarde-o com o mesmo sentimento, pratique o seu significado no seu dia-a-dia e transmita-o às outras pessoas!



Outra lenda diz que um camponês muito pobre que vivia em uma cabana tosca e seu único alimento eram algumas verduras que colhia de sua terra cansada
Um dia, ele encontrou uma garça machucada, com a asa destroçada, por isso ela não podia voar e buscar alimento: isto a deixou muito fraca, à beira da morte.
O camponês teve pena da garça, cuidou de sua asa e pacientemente colocou em seu bico algumas sementes.
Sua bondade a livrou da morte e quando ela pôde voar, o camponês a soltou.
Alguns dias depois, uma mulher adorável apareceu em sua casa e pediu que lhe desse abrigo por uma noite.
O camponês, por ser bom, não negaria esta caridade a qualquer pessoa, mas a beleza da mulher, fez com que ele acreditasse que deixá-la dormir em sua pobre cabana , era realmente uma honra.
Os dois se apaixonaram e se casaram.
A noiva era delicada, atenciosa e tinha tanta disposição para o trabalho quanto era bonita, e assim eles viviam muito felizes, mas para o camponês, que já tinha muita dificuldade em viver sozinho, ficou muito difícil cobrir as despesas que sua nova vida de casado lhe trazia.
Preocupada com esta situação, a esposa disse ao marido que produziria um tecido especial (tecer era um trabalho comum para as mulheres nessa época).
Ele poderia vendê-lo para ganhar dinheiro, mas ela alertou que precisaria fazer seu trabalho em segredo, e que ninguém, nem mesmo ele, seu marido, poderia vê-la tecer.
O homem construiu uma outra pequena cabana nos fundos de sua casa e lá ela trabalhou, trancada, durante três dias.
O marido só ouvia o som do tear batendo, e a curiosidade e a saudade que tinha de sua bela mulher fazia com que estes dias demorassem muito para passar.
Quando o som de tecelagem parou, ela saiu com um tecido muito bonito, de textura delicada, brilhante e com desenhos exóticos.
A tecelã lhe deu o nome de “mil penas de Tsuru”.
Ele levou o tecido para a cidade. Os comerciantes ficaram surpreendidos e lutaram entre si para consegui-lo.
O vendedor pagou com muitas moedas de ouro por ele. O pobre homem não podia acreditar que tão de repente a sorte começasse a lhe sorrir.
Desde então, a esposa passou a trabalhar no valioso tecido outras vezes.
O casal podia, com o fruto da venda, viver em conforto. A mulher, porém, tornava-se dia após dia mais magra.
Um dia, ela disse que não poderia tecer por um bom tempo. Ela estava muito cansada. Seus ossos lhe doíam e a fraqueza quase a impedia de ficar em pé.
O camponês a amava muito e acreditava naquilo que ela dizia, porém, tinha experimentado a cobiça e, como havia contraído algumas dívidas na cidade, pediu para que ela tecesse somente por mais uma vez.
No princípio ela não aceitou, mas perante a insistência do marido, cedeu e começou a tecer novamente.
Desta vez ela não saiu no terceiro dia, como era de costume. E o homem ficou preocupado.
Mais três dias se passaram sem que ela aparecesse. E isso começou a deixar o marido desesperado.
No sétimo dia, sem saber mais o que fazer, ele quebrou sua promessa, espiando o serviço de tecelagem que ela fazia.
Para a sua surpresa, não era sua mulher que estava tecendo. Arqueada sobre o tear encontrava-se uma garça, muito parecida com aquela que o camponês havia curado.
O homem mal pôde dormir à noite, pensando o que teria acontecido com a mulher que amava.
Amaldiçoava-se por ter sido insaciável e praticamente ter obrigado a sua querida esposa a tecer mais uma vez.
Na manhã seguinte, a porta da cabaninha se abriu e o camponês com o coração aos saltos fixou seus olhos na porta, esperançoso em ver sua esposa sair dela com vida.
A mulher saiu da cabana com profundas olheiras, trazendo o último tecido nas mãos trêmulas, entregou-o para o marido e disse:
Agora preciso voltar, você viu minha verdadeira forma, assim eu não posso ficar mais com você!
Então, ela se transformou em uma garça e voou, deixando o camponês em lágrimas.




 A Lenda dos Mil Tsurus* de Origami

A triste história de uma garotinha chamada Sadako Sasaki.

Sadako nasceu em Hiroshima e tinha apenas dois anos de idade quando os americanos lançaram a bomba atômica sobre a cidade.
Ela vivia distante do epicentro da bomba e juntamente com a mãe e o irmão, saiu ilesa do ataque.
Mas consta que durante a fuga, eles foram encharcados pela chuva negra (radioativa) que caiu sobre Hiroshima ao longo daquele dia fatídico.
Retomando suas vidas após o término da guerra, Sadako e sua família viviam normalmente e ela era uma garota aparentemente saudável até completar doze anos de idade.
Em janeiro de 1955, durante uma aula de educação física, Sadako, que adorava corridas, sentiu-se mal, com tonturas.
Os dias se passaram e novamente o mal estar fez com que ela caísse no chão, sem sentidos.
Socorrida e levada a um hospital, depois de alguns dias surgiram marcas escuras em seu corpo e o diagnóstico foi de leucemia, doença que já estava matando outras crianças expostas à bomba.
Na época a leucemia era até chamada de "doença da bomba atômica". Ela foi internada em fevereiro de 1955, recebendo a previsão de sobrevida de apenas 1 ano.
Em agosto desse mesmo ano, sua melhor amiga, Chizuko Hamamoto foi visitá-la no hospital. Chizuko fez uma dobradura de tsuru e presenteou Sadako, contando-lhe a lenda dos mil tsurus de origami.
Sadako decidiu fazer os mil tsurus, desejando a sua recuperação. Mas a doença avançava rapidamente e Sadako cada vez mais debilitada, prosseguia dobrando lentamente os pássaros, sem mostrar-se zangada e sem entregar-se.
Em dado momento Sadako compreendeu que sua doença era fruto da guerra e mais do que desejar apenas a sua própria cura, ela desejou a paz para toda a humanidade, para que nenhuma criança mais sofresse pelas guerras.
Ela disse sobre os tsurus: "Eu escreverei PAZ em suas asas e você voará o mundo inteiro".
Por fim, na manhã de 25 de Outubro de 1955, Sadako montou seu último tsuru e faleceu, amparada por sua família.
Ela não conseguira completar os mil origamis, fizera 644. Mas seu exemplo tocou profundamente seus colegas de classe e estes dobraram os tsurus que faltavam para que fossem enterrados com ela.
Tristes e sensibilizados, os colegas decidiram fazer algo por Sadako e por tantas outras crianças.
Formaram uma associação e iniciaram uma campanha para construir um monumento em memória à Sadako e à todas as crianças mortas e feridas pela guerra.
Com doações de alunos de cerca de 3100 escolas japonesas e de mais nove países, em 1958, foi erguido em Hiroshima o MONUMENTO DAS CRIANÇAS À PAZ, também conhecido como Torre dos Tsurus, no Parque da Paz.
O monumento de granito simboliza o Monte Horai, local mitológico, onde os orientais acreditam que vivem os Espíritos.
No topo do monte está a jovem Sadako segurando um tsuru em seus braços estendidos. Na base do monumento estão gravadas as seguintes palavras:

"Este é nosso grito,
Esta é nossa oração:,
PAZ NO MUNDO"


Todos os anos, milhares e milhares de tsurus de papel colorido são enviados de toda parte do Japão e do mundo, num gesto de carinho que demonstra também a preocupação das crianças e o poder delas de trabalhar por uma causa justa.

Certamente foi doloroso para Sadako aceitar a própria morte com apenas doze anos de idade, mas deixou um exemplo para a posteridade, num gesto poderoso de devoção e amor ao próximo.
Que as crianças do mundo todo desejem pacificamente o mesmo que Sadako: um mundo melhor, sem guerras.

Fontes:

www.nte-jgs.rct-sc.br

www.en.wikipedia.org
www.wiki.answers.com


3 comentários:

  1. JÁ CONHECIA AS LENDAS, MAS ACHEI MUITO BONITA SUA PÁGINA...

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  2. TENTEI MANDAR RECADO PELO SEU PERFIL NÃO CONSEGUI, QUERO SABER NA FIGURA DA DOBRADURA DO TSURU ESTÁ ESCRITO ALGO, QUAL O SIGNIFICADO? TB QUERO SUA PERMISSÃO P/ USAR ESSA FIGURA, GOSTEI MUITO, SE PUDER RESPONDER NO MEU E-MAIL nohsherly@ig.com.br OBRIGADA.

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    Respostas
    1. Olá Norma!l
      Desculpe por não responder o comentário quando nos enviou...estávamos sem postar nada á alguns meses..
      Mil descupas...
      Respondendo á sua pergunta, na figura do Tsuru, o Kanji significa Tsuru...sempre quando postamos alguma figura, tentamos adicionar o kanji a que refere-se.

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