Hiragana (平仮名) é um dos alfabetos silábicos (silabário) da língua japonesa. É usado para todas as palavras para as quais não exista kanji,
ou este exista mas seja pouco usado. Também é usado nas terminações dos
verbos e dos adjectivos. Quando é usado para escrever a pronunciação
literal de um kanji e, assim, garantir o entendimento do leitor, é chamado furigana ao invés de hiragana.
Tabela hiragana-rōmaji
Esta tabela mostra o hiragana junto com a sua romanização Hepburn. Kana obsoletos estão marcados em vermelho. Existem 104 casos.
O som ti é escrito てぃ, mas esta sequência de sons é encontrada apenas em palavras estrangeiras, então, é normalmente escrito apenas em katakana.
As combinações にゃ, にゅ, e にょ não devem ser confundidas com as sequências んや, んゆ, e んよ. As combinações de に com um pequeno kana y representam uma única mora, enquanto sequências de ん seguidos por um grande kana y representam duas moras separadas. A distinção pode ser ilustrada com pares mínimos, como かにゅう (ka-nyu-u, "entrada", "junção"), e かんゆう (ka-n-yu-u, "persuasão"), que são facilmente distinguíveis na fala, apesar de em alguns estilos de romanização ambas possam ser escritas kanyu. Na romanização Hepburn eles são distinguíveis por um apóstrofo: kanyuu e kan'yuu.
Regras de Escrita
O japonês é escrito como é ouvido; Exceto as partículas de sentença, que possuem uma segunda leitura. É o caso de は (ha) que é lido wa quando ele é uma partícula, a partícula へ (he) que também é lido e e a partícula を (wo) que é lida como o.
Este nem sempre foi o caso: um sistema anterior de escrita, agora referido como uso histórico do kana,
tinha muitas regras de escrita; as exceções do uso moderno são um
legado desse sistema. As regras de escrita exatas são referidas como kanazukai (仮名遣い, "uso do kana").
Existem 3 elementos utilizados como diacríticos em japonês: o handakuten ou maru ( ゜), um pequeno círculo, semelhante ao símbolo de grau; o dakuten ou ten-ten ( ゛), que lembra aspas; e o sokuon (っ), um tsu pequeno. Cada um deles é capaz de modificar o som do hiragana de uma maneira diferente, conforme a tabela abaixo:
Na tabela acima existem dois hiragana pronunciados como ji, o じ e o ぢ. O som se assemelha com "dji", assim como outros dois pronunciados como zu, o ず e o づ, sendo que este último também pode ser romanizado como dzu. Estes pares não são alternáveis, ou seja, um não pode substituir o outro, e sua utilização depende da escrita da palavra.
Com relação ao terceiro elemento de pontuação, o tsu pequeno (っ), também conhecido como sokuon, não há uma tabela em que se possa basear, mas sim uma regra, que funciona da seguinte maneira:
- O tsu pequeno sempre virá entre dois hiragana, por exemplo: きっぷ e せっけん
- O som da consoante do segundo hiragana deve ser repetido, criando uma pequena pausa na leitura, por exemplo: きっぷ (ki p pu) e せっけん (se k ken).
O hiragana é um silabário que também pode ser utilizado para auxiliar a leitura de kanji. Funciona como uma tradução sonora do kanji que está sendo lido, recebendo neste caso o nome de furigana. Abaixo dois exemplos de textos com seus respectivos furigana:
Existem algumas exceções. Se as primeiras duas sílabas de uma palavra consistem numa sílaba sem um dakuten (゛), o mesmo hiragana é usado para escrever os sons. Por exemplo chijimeru ("ferver" ou "encolher") é escrito como ちぢめる. Para palavras compostas onde os dakuten refletem vocalização rendaku, o hiragana original é usado. Por exemplo, 血 (chi, "sangue") é soletrado ち em hiragana simples. Quando 鼻 (hana, "nariz") e 血 combinam para formar 鼻血 (hanaji, "sangramento nasal"), o som do 血 muda de chi para ji. Então hanaji é escrito como はなぢ, de acordo com ち, o hiragana básico para se transcrever 血. Similarmente, 使う (tsukau, "usar") é escrito つかう em hiragana, então かな使い (kanazukai, "uso do kana" ou "ortografia do kana") é escrito かなづかい em hiragana.
Entretanto, isto não se aplica quando o kanji é usado para
fazer palavras que não se relacionam diretamente com seu significado
elemental. A palavra japonesa para "raio", por exemplo, é inazuma (稲妻). O componente 稲 ("planta do arroz") é escrito いな em hiragana e é pronunciado ina. O componente 妻 ("esposa") é pronunciado tsuma (つま) quando escrito isolado, ou frequentemente como zuma
(ずま) quando está depois de alguma sílaba. Nenhum destes componentes tem
algo a ver com "raio", mas juntos eles têm este significado. Neste
caso, a escrita padrão em hiragana, いなずま, é usada ao invés da いなづま.
O hiragana geralmente soletra longas vogais com adição de um segundo kana vogal. O chouonpu (ー), a marca de extensão de vogal usado no katakana, é raramente usado no hiragana. Por exemplo a palavra らーめん (raamen), mas este uso não é considerado padrão.
Uma palavra não pode começar com o kana ん (n). Esta é a base do jogo de palavras shiritori. Entretanto, o ん é algumas vezes seguido diretamente por uma vogal. Por exemplo, 恋愛 (ren'ai, "amor romântico", "emoção") é escrito em hiragana como れんあい ao invés de れない (renai, uma palavra não existente).
Histórico
Os japoneses indicam historicamente que o hiragana contemporâneo é uma derivação do kanji utilizado no período Heian (749 D.C.-1185 D.C.). Esta derivação surgiu como uma simplificação manual dos kanji mais difundidos foneticamente entre os que podiam ler e escrever na época.
A difusão e assimilação desta nova escrita se deve ao fato que, as principais criadoras do atual hiragana eram princesas da família real japonesa, as quais escreviam seus diários de viagem (旅行日記 ryokounikki) e do seu dia-a-dia (日常日記 nichijounikki), que mais tarde seriam transformados em livros, os quais podemos citar como exemplos o 更級日記 (sarashinanikki) e o 紫式部日記 (murasakishikibunikki).
Devido a este fato atribui-se esta simplificação principalmente às mulheres, tanto que alguns textos se referem ao hiragana como a "letra das mulheres" e o kanji "a letra dos homens".
Abaixo uma tabela com os kanji originais e suas derivações para hiragana.
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