O leque é um objeto de uso pessoal usado para abrandar o
calor.
Foi muito usado pelas elites européias, no período de 1670 a
1930, como um forte símbolo de luxo e elegância.
Tipos
Os leques são populares na Ásia e em algumas partes da
África e Oceania. Representam o Elemento Ar e podem ser usados para equilibrar
algo, como por exemplo dois leques usados como equilíbrio no corpo. Existem uma variedade imensa de cores, estilos
e materiais utilizados para a fabricação desses objetos.
Os leques orientais foram utilizados como armas brancas na
Antiguidade e no período Medieval, e hoje são vistos como objetos decorativos.
A evolução do leque
Alguns autores defendem a ideia de que o aparecimento do
leque se deu no Japão, entre os séculos XI a VIII. Outros, situam o surgimento
do leque quase ao mesmo tempo do surgimento do homem, e muitos são os mitos e
lendas que tratam de sua origem, assim
como diferentes povos se dizem responsáveis pela criação desse acessório. Leque
oriental, feito em madeira
Dizem que Cupido, o deus do amor, inebriado pela beleza de
sua amada Psique, furtou uma asa de Zéfiro, o deus do vento, para refrescar sua
amada enquanto dormia. A versão chinesa atribui a Kan-Si, filha de um poderoso
mandarim, a criação do leque, uma vez que, não mais suportando o calor durante
um baile de máscaras, e não podendo expor seu rosto aos olhares indesejáveis,
dele se serviu para abanar-se, tendo logo seu gesto imitado por outras damas do
baile.
As principais civilizações desde a Antiguidade fizeram uso
dele, como o Egito, Assíria, Pérsia, Índia, China, Grécia e Roma, tendo ele
sido utilizado como símbolo de poder em sua essência. As ventarolas foram as
primeiras a chegarem na Europa durante os séculos XII e XIII provenientes do
Oriente através das Cruzadas. Porém foi apenas no século XVI, quando os
portugueses trouxeram os primeiros exemplares das suas colônias da Ásia, que
iniciou-se de fato a moda de seu uso na Europa. Sendo assim nos séculos XVII,
XVIII e XIX tornaram-se um complemento indispensável à vaidade feminina,
invadindo salões e despertando paixões.
Fabricados de diferente materiais e técnicas como o marfim,
a madrepérola, o charão, a tartaruga, as madeiras perfumadas, as plumas, os
tecidos e os papeis pintados em litografia aquarelada ou tempera. Com cenas de
gênero galantes, mitológicas, campestres ou orientais, muitas vezes retratando
momentos históricos. Dentre tantas variações temos os comemorativos, de penas,
plumas, com rendas, com tecido, tipo “baralho”, “mandarim”, com papel e as ventarolas.
Leque de 1845
A armação do leque apresenta duas partes, uma interna e
outra externa e é formada de varetas, sendo que as externas tem o nome de
varetas mestras, e a da frente, a principal. As varetas mestras são geralmente
mais ornamentadas do que as simples, em muitas vezes apresentam as iniciais da
dona do leque. No "leque indiscreto", eram colocados pequenos
espelhos que permitiam as damas ver a movimentação ao seu redor, sem serem
vistas.
A "folha" é a parte mais decorada do leque que
podia ser feita com pinturas sobre tecido, papel, pergaminho, rendas, seda,
etc, sendo geralmente ornamentadas com pinturas ou bordados com lantejoulas
metálicas ou mesmo com fios de ouro ou prata.
É neste contexto de luxo e sedução que no século XIX toma
força a "Linguagem do Leque". Esta era um complicado sistema de
posições e gesticulações que possibilitavam as damas se comunicar e flertar.
Desde meados do século XVIII, a França foi a principal
fabricante de leques e adereços de luxo. Com o desgaste ocasionado pela
Revolução Francesa na produção deste tipo de produto, entram no mercado,
importados pela Inglaterra, os leques orientais. Estes eram confeccionados em
charão, sândalo ou marfim e traziam geralmente estampas de caráter bucólico e
cenas de vida cotidiana. Após a ascensão de Napoleão Bonaparte ao trono
francês, a vida na corte toma outros rumos e a produção dos artefatos de luxo
revigora-se. Neste período os leques, bem como a moda por completo, inspiram-se
nos ideais clássicos, com cenas de faunos e bacantes, e nos modelos napoleônicos.
Leque de 1815 a 1820
Com a queda de Napoleão, a restauração do governo da França
nas mãos da monarquia e as mudanças realizadas na moda entre 1820 e 1830 com o
aumento das saias e das mangas, o leque acompanha esta evolução duplicando seu
tamanho anterior, passando de 15 para 30 centímetros. Com a indústria do luxo
consolidada, a produção francesa gera raridades como leques em prata dourada,
além de desenvolver máquinas de perfuração e gravação em osso e marfim. Nas
décadas de 1830 e 1840, o leque manteve seu tamanho variando entre os 30 e 29
centímetros. A folha ou panache ainda era feita de papel, ricamente decorado
com aquarelas ou litogravuras por vezes pintadas e guarnecidas de prata.
Por volta de 1845, os leques, antes finos e longos, ganham
mais forma nas varetas. Esta mudança deve-se ao primeiros leques
"Mandarim" trazidos pelas casas de impostação inglesas de suas
colônias na China.
Em 1850, a evolução antes descrita já se mostra forte nas
oficinas dos melhores Eventelistes da Europa. Um formado mais oval é adotado e
muito aceito. Esta vareta de formato modificado iria alongar-se quase fazendo
desaparecer a folha do leque, mas em 1855 em diante, a folha voltaria com força
total.
Entre 1860 e 1870, os leques ganham decoração diferenciada
nas folhas, que são agora feitas de tafetá duplo com forro de papel jornal liso
e fino, que dá maior estabilidade ao tecido e alonga a durabilidade da peça. É
neste período que também aparecem os primeiros leques com características
inovadoras, como os leques de plumas, de penas exóticas, de rendas, de casco de
tartaruga, entre outros.
De 1870 a 1890 as variações na estrutura dos leques não são
significativas e apenas ocorrem mudanças no tamanho, que acompanha a evolução
das mangas Mutton, em meados de 1895 e 1896. Nos anos seguintes, num movimento
inverso, o leque acompanha a moda e o estancar dos vestidos entre 1887 e 1900.
Leque ( arma )
Uma arma contundente japonesa feita para ser semelhante semelhanta à um
leque fechado. É inteiriço, não pode ser dobrado ou aberto. Feito de metal ou
madeira.
Os Leques foram muito utilizados como instrumentos de ataque e
defesa por praticantes de artes marciais da China,
do Japão e da Coréia. São conhecidos como (铁扇) tiě shān, (literalmente, 'leque de aço') em idioma chinês, Tessen em japonês e (부채) "Buchae" em coreano. Como uma arma, é
feito com hastes de metal afiadas na ponta e seda endurecida. Fechado, pode ser
usado como um pequeno punhal e aberto pode ser usado para "esfaquear"
o oponente. É normalmente considerado arma de kung fu.
Apesar de atualmente os leques serem mais conhecidos como objetos de
decoração, ainda são utilizados como instrumentos em treinos de artes marciais como o Tai Chi Chuan.
São também utilizados em artes marciais como o Ninjutsu.
Na cultura atual, é usado como arma pelas personagens de jogos de luta
como a princesa edeniana Kitana(de Mortal Kombat), a
lutadora Mai Shiranui(de The
King Of Fighters) e Temari (de Naruto).