O Ikebana é originário da Índia, onde os arranjos eram destinados a
Buda, e se personalizou na cultura nipônica, que a tornou mais
conhecida. Em contraste com a forma decorativa de arranjos florais que
prevalece nos países ocidentais, o arranjo floral japonês cria uma
harmonia de construção linear, ritmo e cor. Enquanto que os ocidentais
tendem a pôr ênfase na quantidade e no colorido das cores, dedicando a
maior parte da sua atenção à beleza das corolas, os japoneses enfatizam
os aspectos lineares do arranjo. A arte foi desenvolvida de modo a
incluir o vaso, caules, folhas e ramos, além das flores. A estrutura de
um arranjo floral japonês está baseada em três pontos principais que
simbolizam o céu, a terra e a humanidade, embora outras estruturas sejam
adaptadas em função do estilo e da escola.
Os praticantes, hoje, resgataram os aspectos místicos e espirituais do Ikebana e buscam com a sua prática um contato mais profundo com a natureza.
Hoje há várias escolas no Brasil que ensinam a arte do Ikebana.
Os estilos ensinados são o Ikenobo (o mais antigo). Seu aparecimento data de quase quinhentos anos na cidade de Kioto. Surgiu da mente e das mãos do grande mestre Senkei Ikenobo. São arranjos de flores devotados aos deuses e aos antepassados, normalmente compostos por galhos que saem do vaso simetricamente e recriam um conjunto de paisagens, o chamado Rikka.
O estilo Sogetsu é um dos mais recentes. Sua criadora foi Sofu Teshigahara. Usa todo tipo de material (mesmo produtos artificiais como plásticos e sintéticos). A princesa Diana e a mulher de Gandhi eram adeptas da escola Sogetsu de Ikebana.
O estilo Ohara nasceu durante a abertura do Japão para o ocidente (o período Meiji de 1867 a 1912). Seu criador, Unshin Ohara tentou ser escultor em Osaka. Mas sua saúde frágil acabou dando ao mundo um dos mestres notáveis do Ikebana. Sua primeira peça (que inaugurava o formato conhecido como Moribana) chocou os mestres da época porque fugia do tradicional e, segundo eles, se assemelhava à madeira empilhada.
A arte do Ikebana é tão popular no Japão e no mundo que nos dias atuais existem mais de três mil escolas que a ensinam no mundo e mais de quinze milhões de praticantes. Cada estilo segue um conjunto determinado de regras e de técnicas na hora de elaborar um arranjo floral. Alguns simples e delicados outros tremendamente complexos e trabalhosos, cada um deles no íntimo, querem nada mais nada menos que traduzir em formas, cores e sensações a maneira como o ser humano encara sua vida, a natureza a sua volta e sua interação com o divino e o transcendental.
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